Ifá o Orixá do
Destino: Jogo de Ôpon e do Ôpêlê Ifá, IFARADÁ (em Iorubá, língua
africana, significa resistência pelo conhecimento) comungado com o ato de
resistir à opressão que nos é posta a nossa frente, herança de uma abolição que
nunca existiu, deu-se então o surgimento de IFÁ-RHADHÁ DE ART' NEGRA numa
comunhão de pensamentos oriundos de militantes do movimento negro em
Pernambuco, que ao observar as poucas iniciativas voltadas para preservação,
revitalização da cultura dos afro-descendentes, através do teatro, Ivo
Rodrigues e Walter Araújo resistentes e sobreviventes da militância do
Movimento Negro em Pernambuco, idealizaram uma oficina básica de teatro, com
forte predominância do aspecto da negritude no Estado. Foi no ano de 2002 e teve lugar no Espaço
Pasárgada – Casa Manuel Bandeira, imóvel localizado no centro do Recife, onde
viveu boa parte de sua vida o poeta Manuel Bandeira.
A oficina com a
participação de aproximadamente 30 pessoas foi concluída e daí então os
participantes resolveram dar continuidade aos trabalhos de auto-afirmação do
IFÁ-RHADHÁ, prosseguindo com os encontros semanais, onde a discussão maior
girava em torno de O que fazer para a potencialização do IFÁ-RHADHÁ?, ora
naquele espaço cultural ou na Casa da Cultura de Pernambuco. Surgem os
espetáculos com teor totalmente voltados para o ressiguinificado da cultura
negra para os tempos atuais, focando uma trajetória histórica que vem da época
onde negras e negros trazidos “a ferro e fogo” em navios negreiros, os
martírios dos canaviais e senzalas, os quilombos e quilombolas e referencia negra
como ZUMBI DOS PALMARES, o mártir da
epopéia do povo negro no Brasil, a importante a obra do poeta, negro
pernambucano SOLANO TRINDADE analisando profundamente observa-se que a mesma
não deixa de ter sentido para os dias atuais.
Daquela data até então fomos resistentes, abnegados, determinados e
conseguimos montar vários espetáculos: FRAGMENTOS DE LIBERDADE (2002), NEGRA
RESISTÊNCIA (2002), EXALTAÇÃO À NEGRITUDE (2004), MARCAS DA RESISTÊNCIA (2005);
MERCADORES DE LIBERDADE (2008); que em função da necessidade dos componentes, que ficaram no caminho e dos que permanecem a
jornada (Ivo Rodrigues, Wagner Matias, Roberta Lúcia, Lucas José, Leonardo Soares, Paula Alves, Marília Marley, Adriana Correia, Wanessa Kelly)
trazendo a tona questionamentos do futuro e de traços que ainda são realidades
da população negra do Brasil. Com uma dramaturgia focando necessariamente
elementos da cultura negra, tendo como preocupação maior a mensagem a ser
levada como forma de questionamento, reflexão e até mesmo dados que possam contribuir
para a autoafirmação do povo negro.
Podemos afirmar que
a idéia central do IFÁ-RHADHÁ DE ART’NEGRA é calcada na filosofia de grupo,
oriundos do pensamento nascido de um momento muito forte e marcante da história
do Brasil, que é a DITADURA MILITAR, contrapondo a idéia de elenco, comum aos
dias atuais, uma das máscaras da comercialização da cultura popular.
A concepção do espetáculo “MERCADORES DE
LIBERDADE” aglutina diversas questões que envolvem um contingente de negros,
negras, estudantes, trabalhadores assalariado, nascido principalmente no seio
das deformações da sociedade, fruto das agruras impregnadas durante anos como o
racismo, o subemprego, falta do ensino de boa qualidade, falta de saúde e
moradia, os artistas parte do espetáculo não era a totalidade necessária para
um trabalho com a certa amplitude, faltando por vários aspectos supra mencionados,
os presente fez esforços fora do normal para se fazer presente, indo de
encontra ao fato de que após quinze dias ter que passar pelo risco de ser
demitido, então é notório que sabemos do peso das cobranças da sociedade, e
isso não tem consonância com a ideologia do nosso fazer teatral, de um teatro
libertador que não está preso a padrões de comportamento e conceitos preconcebidos
pelo o sistema.
Todos esses aspectos contribuem para trazer
para o espetáculo “MERCADORES DE LIBERDADE” as imagens do cotidiano das pessoas,
que é a expressão e o sentimento vivido realmente.
O espetáculo insinua aspectos da cultura dos
afro-descendentes, no tocante da religiosidade, não procura mergulhar
profundamente, apenas tópicos sinuosos são focos.
Com a participação direta de alguns
componentes que já tem um envolvimento com CASAS DE MATRIZ AFRICANA, grupos
culturais como COCO DE RODA, MARACATUS.
“Quero passar no um teatro que não esteja de
forma alguma preso a nenhuma estética convencional”
IMPORTANTES PARTICIPAÇÕES E REALIZAÇÕES
- Participando sempre de ações pertinentes ao MOVIMENTO DE TEATRO POPULAR DE PERNAMBUCO MTP/PE e da ASSOCIAÇÃO DE TEATRO DE OLINDA – ATO
ATOAMBULANTE TODAS AS EDIÇÕES REALIZADAS
FESTIVAL DE TEATRO DE RUA DO RECIFE, TODAS AS
EDIÇÕES REALIZADAS
- Participação na CARAVANA FUNARTE DE
CIRCULAÇÃO NACIONAL DE TEATRO 2006/2007
Uma inciativa e produção da NÚCLEO
PAVANELLI DE TEATRO DE RUA E
CIRCO/COOPERATIVA PAULISTA DE TEATRO.
Apresentação do espetáculo: Exaltação à
Negritude, Morro da Conceição/Recife/PE 25 de março de 2007.
- Realizou o Projeto de Montagem “MERCADORES DE LIBERDADE”, incentivado através do FUNCULTURA, se apresentando em diversas comunidades quilombolas do Estado de Pernambuco tais como: TERRAS REMANESCENTES DO QUILOMBO DE CATUCÁ – GOIANA/PE, QUILOMBO ONZE NEGRAS/CABO DE SANTO AGOSTINHO, QUILOMBO CONCEIÇÃO DAS CREOULAS/SALGUEIRO/PE entre outras comunidades da região metropolitana Alto da Bondade, Paulista, Igarassu, Nazaré da Mata, Araçoiaba. No período de 25 de abril de 2009 a junho de 2009
- Participou em São Paulo da 5ª. MOSTRA DE TEATRO DE RUA LINO ROJAS, que ocorreu no período de 5 a 14 de novembro de 2010
- Realizou projeto de
circulação do espetáculo “MERCADORES DE LIBERDADE” com a premiação GOVERNO
FEDERAL - MINISTÉRIO DA CULTURA –
FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTES – PRÊMIO DE EXPRESSÕES DA CULTURA NEGRA.
Levando o espetáculo para diversas
comunidades Quilombolas do Estado de Pernambuco tais como:
·
Quilombo de
Malunguinho Catucá, Goiana/PE
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Quilombo
Onze Negras, Cabo de Santo Agostinho/PE
·
Quilombo
Negro do Osso, Pesqueira/PE
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Quilombo,
Aguas Belas/PE
·
Quilombo Chã
de Negros, Passira/PE
·
Quilombo Serrote
do Gado Brabo, São Bento do Uma/pe
·
Quilombo
Sambaqui, Cupira/PE
·
Quilombo
Castainho, Garanhuns/PE
·
Quilombo Borda
do Largo, Petrolândia/PE
·
Quilombo Conceição
das Creoulas, Salgueiro/PE
·
Quilombo
Sítios Siqueiras. PE
E importante o trabalho desenvolvido até então. Com a cara e a coragem num mundo tão racista.
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